Ação pede o fim da coleta mecanizada

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FOTOS: Arquivo | TODODIA Imagem

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Lixo acumulado ao lado de contêiner: prefeitura prevê multa para quem não se adequar ao novo sistema de coleta
Moradores de Campinas e membros de regionais do Conseg (Conselho Municipal de Segurança) moveram uma ação popular pelo fim da coleta mecanizada na cidade. Eles alegam número de caçambas insuficientes, falta de higienização dos recipientes, problemas na localização deles, e que a implantação não foi discutida com a população. Na ação é relatado descontentamento de representantes do Centro e distritos de Barão Geraldo e Sousas.
O grupo aponta proliferação de bigatos e animais peçonhentos nos contêineres e que as estruturas estão sendo deixadas em locais onde trazem risco à segurança de motoristas e pedestres. No processo, também apontam que no bairro Cambuí foi implantado o serviço sem haver publicação em Diário Oficial do início dos trabalhos.
Sobre a higienização, a previsão da prefeitura era de que ocorressem a cada 30 dias, mas os denunciantes apontam que os trabalhos não estão ocorrendo. “Imagine no Cambuí, onde temos vários restaurantes e sem limpeza coordenada”, afirmou Tereza Penteado, representante da ONG (Organização Não-Governamental) Resgate Cambuí.
No distrito de Barão Geraldo, há denúncias de roubos e quebras de contêineres. Quando implantado, a previsão era de que a substituição da caçambas ocorressem em até 48 horas após dano ou furto, o que também não está acontecendo, aponta o grupo que move a ação. “Temos vários casos de resgate de contêineres, alguns quebrados, outros pichados. O mesmo ocorre no Centro. Em Barão temos casos de uso dos mesmos por repúblicas em festas”, relatou Renato Pereira, membro do Conseg de Barão Geraldo.
No Centro, os recipientes para depósito de lixo não dão conta de todo o material depositado e atrapalham pedestres e motoristas, aponta representante da região. “Temos muitos prédios e poucas opções. Além disso, se pensarmos bem, a mecanização quem faz é a população, já que agora temos que ir em busca dos contêineres”, afirmou representante do Conseg do Centro, Fileto Albuquerque.

O grupo ainda questiona os motivos de haver caçambas apenas para o material orgânico, enquanto que em Campinas 80% do lixo é reciclável – entre os recicláveis, apenas 2% é recolhido, ainda segundo a denúncia.

A assessoria de imprensa da prefeitura afirmou desconhecer ação, mas que se posicionaria ontem a respeito do assunto, o que não ocorreu até o fechamento da edição.
MESMOS PROBLEMAS
Em texto divulgado em março, a prefeitura aponta que esse tipo de coleta evitaria problemas que são os mesmos citados na ação popular contra o sistema: “Os contêineres evitam que os resíduos se espalhem pelas ruas. Também minimizam o mau cheiro, a proliferação de insetos, a exposição à chuva e aos animais e o vazamento de líquidos. Ainda otimizam a coleta, que passa a ser feita com o mínimo de contato humano, facilitando o trabalho dos coletores.