Para se tornar gourmet, profissional precisa aprender a proporcionar experiências; consultor dá dicas

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Buscando inovação, barbearia de Campinas que queria serviço gourmet foi além da moda retrô e investiu em cenário de garagem.

Barbearia apósta em funcionários com estilo 'garagem' para personalizar atendimento em Campinas (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Barbearia apósta em funcionários com estilo ‘garagem’ para personalizar atendimento em Campinas (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Com tantos serviços sendo reinventados como “gourmet”, como um profissional que deseja se candidatar para uma vaga nesses estabelecimentos pode se adequar a esse perfil? Para o consultor em carreiras Rubens Pimentel, que atua em Campinas (SP), a capacidade de proporcionar experiências diferenciadas ao cliente é a principal habilidade a ser desenvolvida por candidatos que buscam migrar dos serviços tradicionais para trabalhar nesse nicho.

A linha tênue entre o que realmente pode ser considerado gourmet e o serviço que apenas busca a denominação como uma forma de valorização se dá a partir do atendimento.

“Eu só consigo ter valor nos meus oferecimentos, seja de produto ou de serviço, se eu tiver um diferencial. Por isso surgiu essa historia do gourmet. Eu, como consumidor, pago por uma experiência, pago por um produto diferenciado”, explica.

“Não adianta eu chamar o meu serviço de gourmet se o cliente recebe o mesmo tratamento que em um lugar tradicional”, explica Pimentel.

Em maio deste ano, o G1 publicou o resultado alcançado por uma pesquisa da Unicamp sobre esse nicho de mercado, e concluiu que, ao menos no caso da indústria de alimentos, a crise econômica não afetou a tendência gourmet.

‘Preferência se tiver barba’

Em Campinas uma barbearia temática traçou um perfil diferenciado para vender seu serviço. Com mesa de bilhar que imita a carroceria de um carro e uma oficina de customização de motos agregada, a barbearia, localizada no distrito de Sousas, saiu da tendência “retrô” para atrair um público que gosta de veículos. O diferencial, porém, se estende ao perfil dos funcionários que são contratados.

“Nós procuramos barbeiros com o perfil da casa. Mais descolado, mais informal, sem ser relaxado. A gente dá preferência se tiver barba, se são tatuados. […] Nosso tema é garagem, então, se tiver afinidade com a temática de carros, também conta”, explica o sócio-proprietário Rodrigo Chiurcho.

Fábio Godoy é barbeiro chefe e responsável pelo treinamento dos novos profissionais na barbearia (Foto: Ana Letícia Lima/G1)Fábio Godoy é barbeiro chefe e responsável pelo treinamento dos novos profissionais na barbearia (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Fábio Godoy é barbeiro chefe e responsável pelo treinamento dos novos profissionais na barbearia (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Preparo específico

A postura gourmetizada e personalizada, garante Pimentel, pode ser obtida por meio de uma preparação específica do profissional que busca uma oportunidade.

“Treinamentos de atendimento, de serviços, de comunicação, de relacionamento interpessoal, de como lidar com situações difíceis. Tem o Senac, o Sebrae, hoje em dia tem até curso online”, destaca Pimentel.

Além da qualificação técnica – indispensável em qualquer área – é preciso atenção para o atendimento, a maneira de se comportar e até de se vestir, sempre levando em consideração o padrão exigido pelo estabelecimento, defende o consultor.

‘Leitura’ do cliente

No caso da barbearia de Campinas, a exigência faz parte da política do estabelecimento em oferecer um atendimento personalizado para cada cliente. Para o barbeiro chefe Fábio Godoy, o mais importante é saber enxergar cada cliente como único e fazer uma leitura sobre qual tipo de tratamento aquela pessoa busca.

“Tem homens que único momento que têm, aquela meia hora, 40 minutos do dia, ele vem aqui e quer ter uma experiência, conversar, dar risada, e o barbeiro tem a obrigação de proporcionar isso a ele. atendimento faz parte do pacote”, explica Godoy.

Funcionários são treinados para fazer 'leitura' dos clientes (Foto: Ana Letícia Lima/G1)Funcionários são treinados para fazer 'leitura' dos clientes (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Funcionários são treinados para fazer ‘leitura’ dos clientes (Foto: Ana Letícia Lima/G1)

Treinamento

Para que o profissional se adeque ao tipo de atendimento exigido em cada estabelecimento, o consultor Rubens Pimentel ressalta a necessidade de que o empregador também forneça um treinamento adequado, além das habilidade já exigidas do profissional no momento da contratação.

“Eu acho que toda empresa hoje que quer ser gourmet, no sentido de ser diferenciada, precisa promover esse tipo de treinamento”, orienta.

Na barbearia, os profissionais contratados passam não só por um treinamento técnico para aprimorar ainda mais as habilidades no corte de cabelo e barba, mas também contam com um manual de conduta. São orientados sobre como o tratamento ao cliente deve ser conduzido, frisando principalmente quais assuntos devem ou não ser abordados durante o atendimento.

Para Godoy, porém, o importante é se atentar ao perfil do estabelecimento em que o candidato busca uma vaga.

“O que eu penso é: vai estudar. Sempre procure se atualizar, ver o que vem de tendência. Porém, o perfil também faz toda diferença. É mais fácil eu ensinar o profissional a trabalhar do que moldar o perfil dele”, completa.

* Sob a supervisão de Patrícia Teixeira

Fonte: Para se tornar gourmet, profissional precisa aprender a proporcionar experiências; consultor dá dicas | Concursos e emprego em Campinas e região | G1