Trabalhadores do transporte coletivo de Campinas cruzaram os braços ontem em dois protestos por conta do não pagamento do vale alimentação pela empresa VB Transportes e Turismo Ltda. Cerca de 600 ônibus, todos da mesma empresa, deixaram de circular nas regiões do Ouro Verde, Barão Geraldo, Castelo, Cambuí e Amarais, afetando aproximadamente 500 mil usuários do transporte coletivo, segundo o sindicato, que ameaça nova paralisação caso o benefício não seja pago hoje.
De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Campinas e Região, foram duas paralisações em períodos diferentes pelo mesmo motivo: o não pagamento dos R$ 486 referentes ao vale alimentação.
O benefício deveria ser pago pela empresa na segunda-feira, mas os funcionários foram avisados que o vale seria quitado ontem. Com o não pagamento na nova data acordada, os trabalhadores decidiram junto ao sindicato pela paralisação temporária.
Por volta das 5h, os portões da garagem da VB Transportes foram fechados e 300 veículos da Área Verde foram impedidos de circular. Os ônibus da Área Verde cobrem a região do Cambuí, Centro, Amarais e Barão Geraldo. “O protesto durou cerca de duas horas e os ônibus só saíram depois que houve uma reunião do sindicato e pessoal da empresa, que disse que até amanhã (hoje) vai ser creditado”, afirmou o sindicalista Marcos Cará.
À tarde, foi a vez dos motoristas da Área Azul pararem de circular. Outros 300 veículos ficaram estacionados no Terminal Magalhães Teixeira, no Centro, por volta das 15h. A Área Azul contempla a região do distrito do Ouro Verde.
Cerca de 70% dos trabalhadores voltaram a rodar com os veículos às 17h30, após representantes da empresa mostrarem extratos dos créditos feitos no vale alimentação. “Mas mesmo assim ficaram uns 50 ônibus lá porque diziam que só iam voltar quando caísse na conta”, completou Cará.
A reportagem do TODODIA tentou entrar em contato com representantes da Transurc (Associação das Empresas de Transporte Urbano de Campinas) após as 19h, mas as ligações feitas aos celulares não foram atendidas. | JOÃO CONRADO KNEIPP
Fonte: Jornal TodoDia