Medida ocorre após MPT cobrar fim da dupla função feita pelos motoristas.Usuário pode usar código de barras impresso em papel dentro de coletivos.
Campinas (SP) começou a testar, nesta sexta-feira (20), o sistema que usa um código de barras impresso em papel para tentar eliminar pagamento da tarifa de ônibus com dinheiro, nas linhas municipais. A medida ocorre após cobrança do Ministério Público do Trabalho (MPT) para fim da dupla função exercida pelos motoristas, em virtude das demissões de 1,2 mil cobradores.
Segundo a Emdec, empresa responsável pela gestão do trânsito na cidade, o bilhete com QR Code (código de resposta rápida, na sigla em inglês) custa R$ 4,50 e não permite integração. O período de avaliações ocorre até 28 de fevereiro em veículos da empresa Pádova, que atende aos usuários dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio. Veja abaixo as linhas com recurso.
A venda das passagens serão realizadas em três lojas credenciadas pela Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), em Sousas, e por monitores em pontos de embarque do distrito. O bilhete tem validade de sete dias, a partir da emissão.
Os pagamentos com dinheiro nos coletivos continuam permitidos, informou a Emdec. Antes disso, o MPT havia estabelecido um acordo voluntário com representantes das empresas para que, até outubro de 2016, fosse eliminada a circulação de dinheiro. Em audiência, entretanto, houve concessão de novo prazo para que o impasse fosse solucionado em definitivo.
Linhas com QR Code |
Percurso |
---|---|
300 | Sousas / Terminal Barão Geraldo |
390 | Joaquim Egídio |
391 | Nova Sousas |
392 | San Conrado |
393 | Cabras / Estação Sousas |
394 | Parque Jatibaia |
396 | Sousas |
398 | Fazenda Espírito Santo / Estação Sousas |
Histórico
A saída dos cobradores é consequência do projeto para extinguir o dinheiro nos ônibus, iniciado em outubro de 2014. Porém, as cédulas e moedas não deixaram de ser aceitas nos coletivos nas viagens.
Durante oito meses, houve venda de bilhetes eletrônicos dentro dos veículos e, em junho de 2015, o pagamento voltou a ser recebido. Naquele mês, o MPT começou a investigar a dupla função exercida pelos motoristas e solicitou esclarecimentos.
À época, o sindicato das empresas (Setcamp) alegou que a maioria dos usuários usava o Bilhete Único e a Emdec reforçou que os motoristas eram orientados a não receber com ônibus em circulação.
Entretanto, o procurador Silvio Beltramelli Neto constatou em diligências que a média de cobranças feitas por viagem é superior à quantidade alegada pelas empresas, e há risco de acidentes.
Orientações
Segundo a Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Transurc), 700 dos 1,2 mil cobradores demitidos foram reaproveitados em novas funções, e os demais desligados.
“Só não foi possível quantidade maior [reaproveitamento] porque parte dos ex-colaboradores decidiu sair das empresas e, por conta disso, optaram por fazer acordos”, informa texto