Estudo nacional usa população de Campinas como referência em ‘raio X’ sobre epidemias de dengue

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Durante três anos, 600 moradores do distrito de Sousas farão coletas de sangue periódicas para saber se foram ou não infectadas por vírus. Pesquisa inclui outras cinco cidades.

Mosquito Aedes aegypti é transmissor da dengue (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Mosquito Aedes aegypti é transmissor da dengue (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Um estudo feito pelo Ministério da Saúde com moradores do distrito de Sousas, em Campinas (SP), pretende fazer um quadro detalhado da incidência de dengue em moradores de áreas de com histórico de maior registro da doença. A pesquisa é realizada em outras cinco localidades no Brasil.

Durante três anos, 600 moradores do distrito farão coletas de sangue periódicas para saber se foram ou não infectadas pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Muitas pessoas não apresentam sintomas e sequer desconfiam que tiveram a doença.

Segundo André Ribas Freitas, médico infectologista da Secretaria de Saúde, o trabalho é feito pela Fiocruz, Ministério da Saúde e Unicamp, em conjunto com o governo municipal. O distrito de Sousas foi escolhido pelo histórico de registros da doença e a proximidade com rodovias, uma vez que o sangue coletado dos moradores precisa ser levado rapidamente para a universidade.

Os estudos começaram neste ano, com coleta de sangue das pessoas escolhidas pelo projeto. Isso será feito uma vez a cada 12 meses pelos próximos três anos.

“Muitas vezes as pessoas contraem a dengue mas não sentem nenhum sintoma e nem procuram serviços médicos”, explica Ribas.

Como as estatísticas da doença se baseiam nos registros feitos nos hospitais e unidades de saúde, casos assintomáticos foram deixados de fora. Somente com coletas de sangue constantes, como o trabalho que começou a ser feito em Sousas, é possível ter um quadro mais próximo da realidade.

Com os resultados nas seis localidades, o estudo deve servir como referência para que órgãos públicos possam elaborar novas estratégias de tratamento e prevenção contra a enfermidade.

As assessorias da Fiocruz e do Ministério da Saúde não comentaram o assunto até a publicação.

Epidemias históricas

Dados do governo federal relativos aos anos de 2014 e 2015 indicam Campinas no topo da lista entre as cinco cidades do país com mais registros de dengue. À época, as informações foram repassadas ao G1por meio da Lei de Acesso à Informação.

Em 2014, o município ocupou o primeiro lugar ao somar 42.726 casos e dez mortes provocadas pela doença, de acordo com o levantamento. Já no ano seguinte, a metrópole ficou em segundo lugar no “ranking” ao contabilizar 66.577 registros e 14 mortes – foi superada por Goiânia.

A série foi interrompida em 2016 e também não houve epidemia de dengue neste ano.

Fonte: Estudo nacional usa população de Campinas como referência em ‘raio X’ sobre epidemias de dengue | Campinas e Região | G1