No 12º DP da cidade há sete inquéritos que apuram este tipo de crime.Consumo de carne clandestina coloca em risco à saúde, diz pecuarista.
A suspeita da polícia é de que quadrilhas de outras cidades da região estejam agindo nas fazendas de Campinas e por isso, está sendo feito um levantamento nos açougues para ver quais carnes estão sendo comercializadas no município.
de inquéritos em aberto (Foto: Reprodução/ EPTV)
4 vezes
Uma fazenda de 120 alqueires ao lado do Parque Xangrilá, no limite com Jaguariúna (SP), foi invadida quatro vezes em novembro.
O rebanho ficou com seis animais a menos, cinco bois e um touro reprodutor, avaliado em R$ 7 mil.
Os criminosos mataram o touro no meio do mato e abandonaram a cabeça e as patas do animal. Também deixaram no local um saco plástico e uma faca.
“Provavelmente devem matá-lo ou por marretadas ou por tiro. Eles pegam, cortam a cabeça e as patas fora, provavelmente, para ficar mais fácil de carregar, já limpam mais ou menos a carne no local e carregam em pedaços mais leves para deslocar”, afirma o pecuarista Cássio Gonzales.
saúde (Foto: Reprodução/ EPTV)
Perigo do consumo da carne
Outros três pecuaristas vizinhos também foram vítimas de furto de gado. Para evitar o prejuízo, Gonzales mandou recolher o rebanho à noite. E faz um alerta para o perigo de consumir a carne do gado abatido na fazenda.
“Os dois bois que mataram e levaram na semana passada tinham acabado de receber dose de vermectina e aftosa. O consumo dessa carne é inapropriado para o ser humano, tem um prazo de carência da vacina até o consumo de aproximadamente de 120 dias”, explica o pecuarista.
De acordo com a prefeitura, Campinas possui uma área rural com uma extensão de 407,5 km², que correspondem a 51,2% da área total do município. A cidade possui também uma área de proteção ambiental (APA) de 222,5 km² que está, em sua maior parte, localizada na área rural.
Investigação
A investigação da polícia inclui um levantamento em açougues para tentar descobrir se há carne clandestina sendo vendida e chegar aos ladrões.
Além dos sete inquéritos em aberto no 12º DP, o Sindicato Rural de Campinas acredita que o número de casos que chega à polícia é menor do que o de ocorrências por conta do medo de alguns pecuaristas em denunciar as ações criminosas.
em Campinas (SP) (Foto: Reprodução/ EPTV)
O sindicato também afirma que tem orientado as vítimas a registrar boletim de ocorrência para ajudar a polícia nas investigações e também para cobrar mais policiamento preventivo nas zonas rurais.
De acordo com o advogado do sindicato, Fernando Píndola, o presidente da organização conversou com o secretário municipal de Segurança e relatou o problema, enfatizando a cobrança de que a Guarda Municipal também faça um plano de segurança nas áreas agrícolas.
“Nós estamos reivindicando que também exista uma base na região de Carlos Gomes, Gargantilha e uma outra base na região de Friburgo e Viracopos”, diz Píndola.
Segurança
A Guarda Municipal afirma que está finalizando um cadastramento e um mapeamento das propriedades rurais na cidade e que já existe uma base rural e outra ambientel para ajudar no combate aos crimes.
Já a Vigilância de Saúde de Campinas afirma que não foi notificada sobre nenhum caso exibido na reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, e sobre a venda de carne de origem criminosa.
A vigilância confirma ainda que alguns medicamentos exigem um período de espera para o abate do animal e consumo da carne.